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Araucária agora pode reconhecer seus patrimônios culturais

Araucária agora pode reconhecer seus patrimônios culturaisCom a sanção da lei 2.970/2016, Araucária deu início à implantação da Política Municipal do Patrimônio Cultural. A partir de então, bens naturais, arquitetônicos, históricos e artísticos, bem como os usos e costumes portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira poderão ser reconhecidos como patrimônios locais e concorrer a diferentes fontes de recursos para sua preservação.

Todos os procedimentos para esse ato (tombamento ou registro) serão realizados pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (COMPAC), também instituído por meio da lei citada. Os membros do COMPAC (paritário entre sociedade civil e poder público) foram nomeados pelo Decreto nº 29.842/2016.

De acordo com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SMCT), a intenção é começar o processo de reconhecimento dos imóveis que pertencem ao município. Assim, o Museu Tingüi-Cuera, as Pontes Metálicas, O Portal Polonês, A Casa da Cultura, Memorial da Imigração Polonesa e a Aldeia da Solidariedade são alguns desses imóveis que serão tombados (reconhecidos) em breve. Imóveis particulares, como Igrejas antigas ou a Casa do Cavalo Baio, também poderão ser tombados, conforme estabelecido na mesma lei. Grupos folclóricos, receitas típicas (como a tradicional broa) e outras manifestações também podem ser reconhecidos como patrimônio imaterial e ter o seu registro realizado.

Proprietária da Casa do Cavalo Baio, Fabienne Charvet Inckot, conta que a possibilidade de o imóvel ser tombado, por meio da Política Municipal do Patrimônio Cultural, mostra que o município reconhece a construção como um patrimônio da cidade. Fabienne explica que, mesmo tombada pelo Estado em 1978, a Casa do Cavalo Baio não conseguiu recursos federais para a conservação do local porque o município não tinha uma política de proteção ao patrimônio. A implantação da Política Municipal do Patrimônio Cultural vem ao encontro do interesse da família em preservar esta construção que é referência na cidade.

A lei 2.970/2016 é resultado de um trabalho de discussão, pesquisa e assessoria técnica e jurídica, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo em conjunto com o Conselho Municipal de Política Cultural.

Mais informações: (41) 3614-7630 (SMCT).

O que é tombamento? Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o tombamento é o instrumento de reconhecimento e proteção do patrimônio cultural mais conhecido, e pode ser feito pela administração federal, estadual e municipal. A palavra tombo significa “registro” e começou a ser empregada pelo Arquivo Nacional Português, fundado por D. Fernando, em 1375, e originalmente instalado em uma das torres da muralha que protegia a cidade de Lisboa.

EXEMPLOS – Podem ser reconhecidos por seu valor cultural em Araucária:

MUSEU TINGÜI-CUERA
Inaugurado em 11 de fevereiro de 1980. Em 1982, foi transferido para o endereço atual, no antigo prédio que abrigava a indústria de massa de tomates e farinha de milho que pertenceu à família Torres, construído em 1943. É um museu com características históricas e seu acervo conta com objetos de trabalho e do cotidiano dos antigos moradores do município. O prédio abriga ainda, sala para exposições temporárias, reserva técnica, auditório Júlio Grabowski e uma sala para cursos. Localização: Rua Ceará, 65 – Cachoeira – (Parque Cachoeira).

ALDEIA DA SOLIDARIEDADE
Constituídas por centenárias edificações de madeira rudimentar, construída pelos poloneses quando chegaram em nossa região. Em 1982, foram transferidas de Tomas Coelho, Roça Velha e Roça Nova para o Parque Cachoeira. Conta com duas casas, chiqueiro, paiol e picador de palha, utilizados para oficinas de arte e artesanato. Localização: Rua Ceará, 65 – Cachoeira – (Parque Cachoeira).

MEMORIAL DA IMIGRAÇÃO POLONESA
Conta com fotos da antiga colônia Tomas Coelho, em Araucária, no início do século XX e fotos da década de 1980, além de documentos referentes à região. As fotos do início do século XX foram cedidas pelo professor Ruy Wachowicz, que são reproduções de revistas polonesas editadas em Cracóvia no início daquele século. As fotos da década de 1980 são do fotógrafo João Urban e retratam o cotidiano dos colonos de origem polonesa que ali habitavam. O Memorial é uma pequena homenagem à colônia que um dia foi tão próspera e hoje dá lugar à barragem do Rio Passaúna, que abastece Araucária e parte de Curitiba; 179 propriedades de terras férteis deixaram de existir. Localização: Avenida Centenário, 1105 – São Miguel.

PONTES METÁLICAS
As pontes metálicas, construídas entre os anos de 1912 e 1915, substituíram as de madeira, que foram feitas sob a orientação de Walter Joslin, responsável pela manutenção da estrada. A mais próxima da cidade era uma ponte seca, destinada a dar passagem a carroças por ocasião de pequenas enchentes. Foi pelas pontes de madeira que passou o Imperador D. Pedro II e a Imperatriz em 1880 quando veio ao Paraná, e na viagem de volta, da Lapa para Curitiba, passou pela Freguezia do Iguassú (antigo nome de Araucária). Em homenagem à ilustre visita, a estrada que ligava Curitiba à Lapa ficou conhecida como “Estrada do Imperador”. Localização: Encontra-se no prolongamento da Rua Benjamim Constant, Centro.

CASA DA CULTURA
Casa construída em 1895 serviu como Casa Paroquial, e na parte frontal usada como capela para atender os ofícios religiosos enquanto se construía a Matriz. Com a morte do Pe. José Soja, seu proprietário, o imóvel passou a seus herdeiros e posteriormente a outros proprietários. Adquirida pela Prefeitura Municipal, foi tombada em 28 de janeiro de 1981, pelo Decreto Municipal nº 2.582/81, tornou-se Casa da Cultura e atualmente abriga a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo. Localização: Praça Dr. Vicente Machado, 258 – Centro.

CASA DO CAVALO BAIO
Tombada em 26 de dezembro de 1978 pela Secretaria do Estado da Cultura. Edificada em 1870, para família Suckow, teve como construtor e responsável Walter Joslin. Por muito tempo foi um estabelecimento comercial, onde se trocavam mercadorias que vinham em carroças e tropas, e eram negociadas entre colonos e comerciantes. Em 1943, a propriedade foi vendida para a família Charvet. Segundo a dra. Maria Luiza Charvet, a casa ficou conhecida como “Cavalo Baio” porque a família possuía muitos cavalos, que ficavam do lado da casa, sendo que um deles se destacava pelo porte e beleza. Era um cavalo baio que passou a servir de referência para o local. Localização: Avenida Dr. Victor do Amaral, 875 – Centro.

RECEITAS TRADICIONAIS
Receitas e modos de preparo também poderão ser reconhecidos. Um dos casos é a broa produzida por descendentes poloneses.

MANIFESTAÇÕES CULTURAIS
Manifestações culturais das mais diversas formas também podem ser reconhecidos como patrimônio pelo município. Isto inclui canções, danças e outras manifestações tradicionais. Na foto, o grupo folclórico polonês Wesoly Dom.

Fonte: Governo do Paraná.

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