Entretanto, há relatos de que estrangeiros, principalmente ingleses, aqui estiveram muito antes para explorar o cedro e o ipê. Outro grupo que passou pelas terras entrerrienses foram os chamados “bugres”, da tribo Guarani, que haviam atravessado o Rio Paraná, vindos do Paraguai.
O Presidente da época, Getúlio Vargas, organizou o programa de colonização do Oeste paranaense na tentativa de atender a demanda populacional, já que no Rio Grande do Sul não havia mais terras disponíveis e as pragas estavam acabando com a plantação. Então, a colonizadora Maripá optou por colonizar as terras oestinas com descendentes alemães e italianos, que possuíam experiência de cultivo em pequena propriedade rural, oriundos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
No ano de 1956 a primeira caravana chegou para conhecer as terras de Entre Rios, entre eles estavam Emílio Agnes, José Agnes e Simão João Maldaner. No dia 28 de julho de 1959 a primeira família, de Ervino e Norma Hentges, se estabeleceu em Entre Rios.
O Rio São Francisco causou muitos entraves para os colonizadores, pois sua travessia era difícil e não havia ponte na época. Mais tarde a Maripá providenciou uma balsa, que melhorou um pouco a passagem. A primeira ponte só foi construída em 1959, sendo a primeira de muitas construída e levada pelas enxurradas. Este fato atrasou a colonização do município em comparação aos demais do reduto de vendas de terras por parte da Maripá.
O nome do município foi sugerido pelo pessoal da Maripá, já que os colonizadores precisavam registrar a escritura de terras e para isso era necessário constar o nome do local, da vila ou de um ponto de referência. Como o município fica entre os rios São Francisco verdadeiro e o São Francisco falso, o nome ficou Entre Rios. Em 1962 o local foi declarado como distrito administrativo de Marechal Cândido Rondon pela Lei nº 31, de 31 de julho de 1962.
Desde os primeiros moradores que aqui se instalaram a agricultura é o principal meio de produção que ajudou a impulsionar o crescimento do município. As famílias, no princípio, plantavam pensando apenas na sobrevivência. Mais tarde, com maior área de mata derrubada, foram cultivando lavouras maiores, possibilitando vender os produtos ou os animais. A principal criação era a de suínos, que até hoje é de suma importância para a economia de Entre Rios.
Os pioneiros precisavam caçar para se alimentar. A carne de animais selvagens ajudou na sobrevivência das famílias. Antas, veados, pacas, catetos, cotias e outros animais eram caçados e a carne era transformada em charque, podendo ser guardada e consumida posteriormente. A pesca também era um grande recurso para os moradores. No Rio Paraná, ou Paranazão como era conhecido, havia peixe em abundância.
Em 1973 ocorreu o auge da cultura de hortelã. Muitas pessoas do norte do Brasil vieram para a região, indo embora depois. Estado de Minas Gerais, São Paulo e Bahia, cuja tradição agrícola diferia das famílias sulistas. O cultivo da hortelã foi um auge na economia entrerriense. O período, porém, foi curto. Paralelamente à produção da hortelã foi introduzido o cultivo do café. Este produto também teve o mesmo fim. Mais tarde foi cultivado o sorgo e o girassol. No entanto, essas atividades foram efêmeras em Entre Rios e acabaram cedendo lugar às culturas mecanizadas de soja, trigo e milho.
Uma das principais dificuldades enfrentadas pelos colonizadores e sua família estava relacionada com a luta pela sobrevivência. A saúde humana foi causa de muito desespero para algumas famílias, que ficavam expostas diretamente aos riscos inerentes a uma colonização nova, dentro de mata virgem, sob o risco de ataques de onça, cobra e outros bichos ferozes.
Os recursos, o socorro, os serviços de médicos, dentistas, farmacêuticos e outros profissionais da área eram escassos e distantes. A presença de um médico na vila acabou resolvendo, em parte este problema. Só mais tarde, com o empenho de autoridades e lideranças locais, a questão da saúde recebeu incrementos significativos, ampliando a segurança e o bem-estar nesta área.
A chegada da energia elétrica em Entre Rios, vinda de Pato Bragado pela rede da Copel em 1972, foi de suma importância para a prosperidade do município. Inicialmente, eram as serrarias que forneciam energia elétrica para as casas da vila.
A Itaipu marcou profundamente a história entrerriense. Causou impacto violento à economia e à sociedade local. Com a inundação de vasta área de terras agricultáveis, ocorreu a redução na circulação de dinheiro no distrito, originário que era da comercialização de produtos agrícolas e pecuários.
Em 18 de junho de 1990, através da Lei Estadual nº 9.301, foi criado o Município de Entre Rios do Oeste. No ano seguinte, a população, através de plebiscito votou a favor da autonomia político-administrativa, emancipando-se de Marechal Cândido Rondon. O total de votantes foi de 2.400 pessoas, quando 98,4 disseram sim.
A instalação do município ocorreu no dia 1º de janeiro de 1993, com a posse dos candidatos eleitos para prefeito, vice-prefeito e vereadores.
Geograficamente o município está situado no extremo-oeste paranaense, numa altitude de 355 metros, contando com cerca de 4 mil habitantes, distribuídos numa área de 120,726 km².